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“Frankenstein Medo de quem?” por Emanoele Girardi

Laboratório Crítica Teatral
Peça “Frankenstein Medo de quem?”
Por Emanoele Girardi

Acordes, luzes e uma bela história feita de poucas palavras. Esse é um bom começo para descrever a peça “Frankenstein medo de quem?”, que é leve e ao mesmo tempo imersa na subjetividade. O enredo conta a história de Victoria Frankenstein (Andréia Malena Rocha), uma cientista que dá vida a uma criatura diferente: Monstre (Vinícius Ferreira). A criatura, sozinha, aprende o lado bom e ruim do mundo quando conhece a doce Melina (Clarice Steil Siewert) e o maldoso Artur (Eduardo Campos). Monstre é a figura da inocência, estigmatizado num mundo de diferenças. Ele sofre o preconceito de Artur e da imprensa sensacionalista que monta uma imagem muito diferente do que é a real criatura. A história ainda mostra que há pessoas que não ligam para os preconceitos, e que mesmo os mais discriminadores podem mudar de opinião.  A peça utiliza um cenário básico, mas estruturas que se adaptam, transformam-se e dão forma à cena. As poucas palavras que saem das bocas dos atores são efeitos sonoros ou palavras inventadas – este último, um artifício que deixa algumas frases mais cômicas, e disfarça a crueldade de outras falas. A falta de palavras é muito bem substituída pelos trejeitos dos atores, pelos sons, as luzes e a sincronia entre eles. Uma hora de apresentação que passa mais rápido que relógio adiantado. “Frankenstein medo de quem?” é uma peça para se divertir e refletir. Rir e chorar. É impossível não rir figura doce e descompromissada de Monstre. A inocência dos atos e a amistosidade do tal “monstro” cativa a plateia e também nos carrega para a própria intimidade. Todos temos “monstros” na vida, mas como estamos lidando com eles? Será que estamos jogando-os para longe ou os abraçando e aprendendo a conviver? Estamos diante de um espetáculo delicado e feito para todas as idades.

Fotos do espetáculo “Alheamento”

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Crítica do espetáculo “Alheamento” por Jéssica Michels

Laboratório Crítica Teatral 
Espetáculo “Alheamento”
Por Jéssica Michels

“Porque nós não éramos ninguém. Nem mesmo éramos alguma coisa”. Apenas duas frases que mostram parte da prosa poética da obra de Fernando Pessoa. O texto “Na floresta do Alheamento”, do Livro do Desassossego, ainda é um enigma da literatura.  E o grupo Cia. Vai! se apropria deste mistério e apresenta a dramatização repassando a pesquisa e a experiência  para o público. É subjetivo. Cada um interpreta e entende de acordo com as suas referências. E parece essa ser a proposta do diretor. Se o objetivo era conceber um espetáculo teatral por meio de um texto poético, que sugere inúmeras leituras e interpretações, é com profissionalismo e paixão que a Cia.Vai! desenvolve isso no palco. E o caráter poético e dramático do texto de Fernando Pessoa está impregnado na montagem. Todos os elementos cênicos trabalham em função desta poética. A iluminação, a trilha sonora, o figurino, o cenário e objetos apresentados no palco e, principalmente, os atores.  E é exatamente esse conjunto que forma a dramaturgia do espetáculo “Alheamento”.  Contudo, percebe-se a nítida necessidade de uma aproximação do espetáculo com a plateia, para que o mesmo atinja a sua força latente.

Crítica do espetáculo “Jurupari” por James Klaus

Jurupari, personagem central da peça homônima, corre os recônditos do Brasil imaginário do ator e diretor Paulo Freire para encontrar uma esposa, quando se depara com as mais inusitadas e cômicas situações, como cavalgar no lombo de um Tatu pelo centro da terra, testemunhar como se deu o povoamento da superfície do planeta e travar contato com  diversos personagens mitológicos. A identificação entre o músico-contador de histórias e a plateia é imediata. Em aproximadamente uma hora de espetáculo, Paulo Freire dominou a lotada sala de teatro do SESC. Prato cheio para público que curtiu as animadas paródias e metáforas da peça. “Jurupari” é uma boa pedida para pais e filhos, pois o ritmo frenético e bem humorado da peça infantil prende a atenção e induz ao riso solto. Paulo Freire domina a arte da contação de história e tem em mãos um espetáculo para todas as idades. A peça fica em Santa Catarina até 26 de agosto, circulando por Barra Velha e Jaraguá do Sul.

Laboratório Crítica Teatral

O espetáculo “Jurupari” de Paulo Freire.

Por James Klaus

 

Programação – CENA 8

CENA 8 – MOSTRA DE TEATRO DE JOINVILLE

De 11 a 21 de agosto de 2011

11 de agosto – Quinta-feira:

20h30 – Teatro Juarez Machado – Abertura com “A VIDA COMO ELA É”

Grupo Convidado – Teatro Sim… Por que Não?!! – Florianópolis

12 de agosto – Sexta-feira:

10h e 16h – Teatro do SESC – “JURUPARI” – Paulo Freire – Campinas (SP)

20h30 – Teatro Juarez Machado – “ALHEAMENTO” – Cia Vai! – Joinville

13 de agosto – Sábado:

10h – Estação da Memória – MESA ABERTA – Ciclo de Debates sobre Teatro

14h – Estação da Memória – “APE & HOMO SAPIENS – QUEM SOMOS? DE ONDE VIEMOS?” Família Chugaboom – Joinville

15h – Praça da Bandeira– “ESPAÇO OUTRO” – Cia ACRUEL – Curitiba (PR)

19h – Espaço Cultural Avá Ramin – “A MAIS FORTE” – Grupo Novo Tempo – Joinville

20h30 – Teatro Juarez Machado – “PASSPORT” – Cia Rústico Teatral – Joinville

14 de agosto – Domingo:

16h – Teatro Juarez Machado – “FRANKENSTEIN – MEDO DE QUEM?” – Dionisos Teatro – Joinville

18h – Auditório Dona Francisca – “A MUDANÇA” – Grupo de Teatro Novo Tempo – Joinville

20h – Espaço Cultural Avá Ramin – “O CANTO DO POVO DE UM LUGAR” – Grupo Canto do Povo – Joinville

15 de agosto – Segunda-feira:

19h – Teatro do SESC – “ESSE TAL DE CAMÕES” – Grupo de Teatro Navegantes da Utopia – Joinville

20h30 – Teatro Juarez Machado – “À BRASILEIRA” – Atos Teatro – Joinville

16 de agosto – Terça-feira

19h – Teatro do SESC – “DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA” – Cia Rústico Teatral / La Trama – Joinville

17 de agosto – Quarta-feira:

19h – Teatro do SESC – “FOLIAS MACHADIANAS” – Atos Teatro – Joinville

21h – Galpão da AJOTE – “ENTRE A ESPADA E A ROSA” – Grupo Teatral Fio de Ariadne – Joinville

18 de agosto – Quinta-feira:

19h – Teatro do SESC – “UMA FESTA PARA EULÁLIA” – Grupo de Teatro Novo Tempo – Joinville

21h – Galpão da AJOTE – “O VENDEDOR DE CENAS” – Cia Studio em Cena – Joinville

19 de agosto – Sexta-feira:

14h às 17h – Praça Nereu Ramos – II MINI MOSTRA DE TEATRO LAMBE-LAMBE

19h – Teatro do SESC – “FAUSTO” – Cia Vai! – Joinville

21h – Galpão da AJOTE – “A PARTE DOENTE” – Grupo Convidado – Cia Carona de Teatro – Blumenau

20 de agosto – Sábado:

10h – Teatro do SESC – WORKSHOP: Processo Criativo Para Montagem de Teatro Lambe-Lambe

14h às 17h – Estação da Memória – II MINI MOSTRA DE TEATRO LAMBE-LAMBE

15h – Estação da Memória – “HISTÓRIAS DE ESTAÇÃO” Atos Teatro – Joinville

17h – Estação da Memória – PALESTRA/DEBATE LAMBE-LAMBE com Nini Beltrame

19h – Teatro do SESC – “MARCO” – Cia Rústico Teatral – Joinville

21h – Galpão da AJOTE – “WERTHER: TEMPESTADE E ÍMPETO” – Essaé Cia. Teatro-Dança – Joinville

21 de agosto – Domingo:

14h às 17h – Shopping Cidade das Flores – II MINI MOSTRA DE TEATRO LAMBE-LAMBE

Mostra de Teatro de Joinville invade os palcos da cidade

A Associação Joinvilense de Teatro (Ajote) festeja seus dez anos com dez dias de atrações para o público. A comemoração ganha corpo no Cena 8, que brinda Joinville com uma programação intensa de teatro neste mês. Na oitava edição, a Mostra de Teatro de Joinville começa dia 11 trazendo mais de 20 atrações para oito palcos da cidade. A abertura fica por conta do Teatro Sim… Por Que Não, de Florianópolis, com “A Vida Como Ela é”.

A programação está maior do que o ano passado, e em número de dias se iguala apenas ao Cena 5. Isso porque, além da data comemorativa, a mostra volta a ter o incentivo do Sistema Municipal de Apoio à Cultura (Simdec) – R$ 40 mil – e da Lei Rouanet – R$ 109 mil, ainda não captados – para apresentar os trabalhos de grupos teatrais filiados à Ajote e trazer convidados da área, como é o caso de Teatro Sim… Por Que Não, da Acruel Cia., do contador de histórias Paulo Freire e da Cia. Carona de Teatro.

Parte dos espetáculos serão pagos e outra terá entrada gratuita. As encenações na praça Nereu Ramos, Estação da Memória e Teatro do Sesc serão abertas ao público. O ingresso é cobrado a preços populares apenas para as peças no Teatro Juarez Machado, Espaço Avá Ramim, auditório do Museu Nacional de Imigração e Colonização e Galpão da Ajote, que reabrirá especialmente para o Cena 8 depois de 18 meses fora de funcionamento.

Algumas das peças que irão preencher os dez dias de programação já são conhecidas. “Passport”, “Frankenstein – Medo de Quem?”, “À Brasileira”, “Entre a Espada e a Rosa” e “Werther: Tempestade e Ímpeto”, que estrearam neste ano, voltam ao palco junto com trabalhos veteranos do Cena, como “Marco”, “Uma Festa para Eulália”, “Folias Machadianas”, “Esse Tal de Camões”, “Dois Perdidos numa Noite Suja” e “Fausto”.

Além de reverem peças preferidas, o público também poderá conferir cinco estreias no Cena 8. Fora o espetáculo de abertura, com o grupo de Florianópolis, “Alheamento”, “A Mais Forte”, “Vendedor de Cenas” e “A Mudança” se apresentam pela primeira vez na cidade. Junto à programação, também ocorre a 2ª Mini Mostra de Teatro Lambe-Lambe, uma atração a parte para os admiradores de teatro intimista.

Ao todo, a mostra paralela trará 15 caixa que chegam até a praça Nereu Ramos, Estação da Memória e Shopping Cidade das Flores. O presidente da Ajote, Luciano Cavichioli, diz que a novidade do Cena 8 terá a introdução das peças e debates acompanhados por tradução em libras.

Luciano adianta que a programação da mostra deve continuar em setembro, com workshops e discussões. O gostinho fica com a oficina de crítica teatral, ministrada por Marco Vasques, nesta sexta e sábado para convidados.

O QUÊ: Cena 8.
QUANDO: de 11 a 20 de agosto.
QUANTO: para as peças no Teatro Juarez Machado, Espaço Avá Ramim, auditório Museu Nacional de Imigração e Colonização e Galpão da Ajote, os ingressos saem por R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). A venda antecipada começa na segunda-feira, na Biergarten Choperia.

Rafaela Mazzaro, Jornal A Notícia